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terça-feira, 30 de dezembro de 2008


Foi numa tarde, quando regressava da escola, que a viu pela primeira vez.
Um raio de sol incidia diretamente sobre ela e a visão que teve foi impressionante, parecia que, do outro lado do vidro, ela lhe sorria também e os seus olhos brilhavam.
A menina deixou os seus colegas seguirem o caminho e ficou ali, estática, com a pasta a arrastar no chão, a olhar embevecida para a boneca mais linda que alguma vez vira.
Do outro lado do vidro, com um cordão de seda vermelha a apertar-lhe a cintura, com um vestidinho branco salpicado de flores, a boneca olhava, embevecida para a menina. Todos os dias de manhã, a caminho da escola, olhava para a montra para se certificar que ela ainda lá estava e de tarde, com mais tempo, encostava-se ao vidro a admirá-la e a desejá-la.
Quando distante, imaginava, sonhava como seria ter a boneca do vestido às flores… Brincar com ela a todas as horas, chamar-lhe sua… E, enquanto brincava com as outras bonecas que tinha, nunca deixava de pensar naquela, atrás do vidro, onde a veria na manhã seguinte.
A boneca, na montra da loja de brinquedos esperava ansiosa pela sua menina. Sabia que ela passava de manhã e lhe lançava um olhar apressado, mas que à tarde ficaria ali, tão perto… e pensava no dia em que a menina a levaria.
Quando o sininho pendurado atrás da porta soava a anunciar a entrada de um cliente, a boneca temia que alguém a levasse antes das mãos da sua menina tomarem conta de si.
A menina temia que um dia, ao passar, ela já não estivesse lá, mas o dinheiro que conseguira poupar ainda não chegava para a resgatar da loja e não tinha coragem de dizer, que a queria... mas, aquela boneca… aquela era especial, tinha vida, falava-lhe, pelos olhos, ao coração… mas ninguém acreditaria se contasse!
Existem sentimentos... que só o coração pode entender!
*Autor desc.*

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